domingo, 11 de fevereiro de 2018

“CAUSOS” DA INTERPRETAÇÃO PARTE 2 - A EXPRESSÃO FACIAL IDEAL



Olá, querid@s da Libras! Tudo bem com vocês?

Bom, pensando um pouco sobre o que iria postar nesta semana, lembrei de um “causo” que sempre utilizo em meus cursos.
Eu estava interpretando uma pregação de um pastor convidado e prestando muita atenção na entonação dele. Quem já trabalha com interpretação, sabe disso: você se acostuma com a entonação e o jeito da pessoa que geralmente interpreta (seja na igreja, escola, faculdade, empresa e por aí vai!), então você conhece quando a pessoa está sendo irônica, contando algo triste, se usa muitas gírias ou é mais “sério”, sendo enfático... enfim, a questão é que tudo isso precisa ser refletido em sua expressão facial, na tensão muscular que usa no momento de fazer o sinal, na movimentação do corpo e até na escolha do sinal ideal que vai combinar mais com o contexto. Quando vem alguém “de fora”, sempre acontece uma preocupação! Este tipo de situação rende muitas histórias, tenho uma coleção delas!
Na interpretação, é normal você esperar um pouco até começar a interpretar, para você pode entender o contexto que a pessoa está se referindo e entender a linha de raciocínio que a pessoa está fazendo. E olha que neste caso, eu esperei!! Ele estava contando que um pastor entrou em um restaurante, e um grupo de homens “encarou” o pastor. Sim, ele usou a palavra “encarou”, mais do que rápido meu cérebro me deu esta informação:



Sim, porque quando alguém me diz que foi “encarado”, o sentimento que está incutido aí é de braveza, estranheza, de não ser bem-vindo... coisas deste tipo e adivinha?? Esta foi a minha seleção. O palestrante continuou a descrever a situação de que o grupo começou a falar mais baixo, olhando para o pastor e meus movimentos foram seguindo esta ideia: coloquei o grupo em uma mesa ao lado (imaginei que seria um canto escuro), comecei a fazer expressão de brava. 
No momento de cochichar, encolhia os ombros, dava uma olhada como se estivesse falando de alguém, usava os sinais mais suaves como se tivesse falando mal da pessoa sem que ela percebesse isso e fui enriquecendo a cena.
Quando eu terminei e a cena estava no contexto, o palestrante disse: “Então, quando cheguei perto do grupo eles falaram: Oi, pastor! Tudo bem?”. Neste momento, ele mudou a entonação e usou a voz como se o grupo estivesse realmente feliz ao ver o pastor no restaurante! AHHHHHH.... não!!!!!



Fiz toda uma representação de que ele estava em um daqueles restaurantes “barra pesada”, que aparecem nos filmes de ação e na verdade eu estava indo ao contrário do que ele queria dizer. Nesta vez, a entonação e as palavras que ele utilizou fizeram um outro caminho no meu cérebro de intérprete.




Mais que rápido, mudei a minha expressão corporal. Para quem estava vendo, deve ter ficado fora de contexto! Ô situação!!!  Isso acontece em questão de segundos, como eu sempre digo para meu marido: Não me pergunte como eu faço (hahaha).
Depois vem o momento do “flashback”, em que você termina de interpretar e começa a refazer os seus “passos”, como acontece quando você perde alguma coisa e começa a puxar pela memória os caminhos que fez.  
Nesse dia, fiquei feliz por ter “pensado rápido” e arrumado a cena, mas com aquele sentimento de “ai, ficou tão legal, não acredito que estava errado”. Acontece nas melhores famílias... Mas deixei guardada aquela imagem do restaurante barra pesada em meu cérebro, quem sabe um dia ainda eu uso :n)

E aí, como está o seu estudo na Libras?
Aprenda um pouco mais sobre expressão facial neste post

Tem alguma história para contar? Compartilhe nos comentários!

Um abraço sinalizado,
Priscila

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