Olá, querid@s da Libras! Tudo bem
com vocês?
Bom, pensando um pouco sobre o
que iria postar nesta semana, lembrei de um “causo” que sempre utilizo em meus
cursos.
Eu estava interpretando uma pregação
de um pastor convidado e prestando muita atenção na entonação dele. Quem já
trabalha com interpretação, sabe disso: você se acostuma com a entonação e o
jeito da pessoa que geralmente interpreta (seja na igreja, escola, faculdade,
empresa e por aí vai!), então você conhece quando a pessoa está sendo irônica,
contando algo triste, se usa muitas gírias ou é mais “sério”, sendo enfático...
enfim, a questão é que tudo isso precisa ser refletido em sua expressão facial,
na tensão muscular que usa no momento de fazer o sinal, na movimentação do
corpo e até na escolha do sinal ideal que vai combinar mais com o contexto. Quando
vem alguém “de fora”, sempre acontece uma preocupação! Este tipo de situação
rende muitas histórias, tenho uma coleção delas!
Na interpretação, é normal você
esperar um pouco até começar a interpretar, para você pode entender o contexto
que a pessoa está se referindo e entender a linha de raciocínio que a pessoa
está fazendo. E olha que neste caso, eu esperei!! Ele estava contando que um
pastor entrou em um restaurante, e um grupo de homens “encarou” o pastor. Sim,
ele usou a palavra “encarou”, mais do que rápido meu cérebro me deu esta
informação:
Sim, porque quando alguém me diz
que foi “encarado”, o sentimento que está incutido aí é de braveza, estranheza,
de não ser bem-vindo... coisas deste tipo e adivinha?? Esta foi a minha seleção.
O palestrante continuou a descrever a situação de que o grupo começou a falar mais baixo,
olhando para o pastor e meus movimentos foram seguindo esta ideia: coloquei o
grupo em uma mesa ao lado (imaginei que seria um canto escuro), comecei a fazer
expressão de brava.
No momento de cochichar, encolhia os ombros, dava uma
olhada como se estivesse falando de alguém, usava os sinais mais suaves como se
tivesse falando mal da pessoa sem que ela percebesse isso e fui enriquecendo a
cena.
Quando eu terminei e a cena
estava no contexto, o palestrante disse: “Então, quando cheguei perto do grupo
eles falaram: Oi, pastor! Tudo bem?”. Neste momento, ele mudou a entonação e
usou a voz como se o grupo estivesse realmente feliz ao ver o pastor no
restaurante! AHHHHHH.... não!!!!!
Fiz toda uma representação de que
ele estava em um daqueles restaurantes “barra pesada”, que aparecem nos filmes
de ação e na verdade eu estava indo ao contrário do que ele queria dizer. Nesta
vez, a entonação e as palavras que ele utilizou fizeram um outro caminho no meu
cérebro de intérprete.
Mais que rápido, mudei a minha
expressão corporal. Para quem estava vendo, deve ter ficado fora de contexto! Ô
situação!!! Isso acontece em questão de segundos, como eu sempre digo para meu
marido: Não me pergunte como eu faço (hahaha).
Depois vem o momento do “flashback”,
em que você termina de interpretar e começa a refazer os seus “passos”, como
acontece quando você perde alguma coisa e começa a puxar pela memória os
caminhos que fez.
Nesse dia, fiquei
feliz por ter “pensado rápido” e arrumado a cena, mas com aquele sentimento de “ai,
ficou tão legal, não acredito que estava errado”. Acontece nas melhores famílias... Mas deixei guardada aquela
imagem do restaurante barra pesada em meu cérebro, quem sabe um dia ainda eu uso
:n)
E aí, como está o seu estudo na
Libras?
Aprenda um pouco mais sobre
expressão facial neste post
Tem alguma história para contar?
Compartilhe nos comentários!
Um abraço sinalizado,
Priscila
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