terça-feira, 21 de setembro de 2010

VARIAÇÃO SOCIAL NA LIBRAS

Olá!
A pedidos, retornando a postar :n)
Uma das coisas que mais gosto na LIBRAS é a gramática. Acho muito interessante como uma língua de modalidade visuoespacial contém essa riqueza de estudos fonológicos, semânticos, pragmáticos e etcs, como uma língua oral.
Proponho nesse tempo um estudo sobre a gramática da LIBRAS, algo que irá me auxiliar e espero que outras pessoas também.
Seja bem vindo!



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Na maioria do mundo, há, pelo menos, uma língua de sinais usada amplamente na comunidade surda de cada país, diferente daquela da língua falada utilizada na mesma área geográfica. (SUELI FERNANDES, KARIN STROBEL, 1998, APOSTILA)
Isto se dá porque essas línguas são independentes das línguas orais, pois foram produzidas dentro das comunidades surdas.


Dessa forma, a língua de sinais passa por variações conforme o aumento de escolaridade dos surdos, o aumento de contato com outras comunidades surdas, conforme a condição social e regional do lugar onde vive.
Portanto, segue um exemplo de VARIAÇÃO SOCIAL dos sinais:
“ VARIAÇÃO SOCIAL: refere-se à variações na configuração das mãos e/ou no movimento, não modificando o sentido do sinal.”


Onde eu aprendi LIBRAS, a configuração do sinal FALTAR é realizada em Y, porém, achei estranho quando, ao chegar na escola de surdos onde trabalho, o sinal de FALTAR era realizado com a configuração em [Ÿ], porém, consegui entender e ser entendida ao questionar a falta de um aluno.
Essa é uma das grandes questões que os alunos de LIBRAS me trazem, “mas eu aprendi com a mão assim, nessa configuração”, por isso, não fique desesperado, existe a variação social da LIBRAS. ;)



Referência: STROBEL, K.; FERNANDES. S. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais/ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Educação Especial – Curitiba: SEED/SUED/DEE, 1998.
Foto: Priscila Festa