As línguas de sinais são sistemas abstratos de regras gramaticais, naturais às comunidades surdas dos países que as utilizam. Assim como as línguas faladas, as línguas de sinais não são universais: cada país apresenta a sua própria língua. No caso do Brasil, como já foi citado, tem-se a LIBRAS e, além dessa, tem-se também a língua de sinais usada por uma tribo indígena brasileira chamada Urubu Kaapor, citada por Kakumasu (1968) e Ferreira Brito (1993).
As línguas de sinais apresentam-se numa modalidade diferente das línguas orais-auditivas; são línguas espaço-visuais, ou seja, a realização dessas línguas não é estabelecida através do canal oral-auditivo, mas através da visão e da utilização do espaço. A diferença na modalidade determina o uso de mecanismos sintáticos específicos diferentes dos utilizados nas línguas orais. As línguas de sinais são sistemas lingüísticos independentes dos sistemas das línguas orais e não são universais.
As línguas de sinais, dentre elas a LIBRAS, parecem apresentar especial interesse nas pesquisas lingüísticas dentro da perspectiva gerativista. A razão de tal interesse está relacionada à possibilidade de determinar os princípios da UG independentemente da modalidade da língua. Se isso for possível, as línguas de sinais podem ser exemplos de línguas que fortalecem a proposta gerativista quanto à existência de um módulo da linguagem na mente/cérebro do ser humano.
Quanto aos aspectos estruturais das línguas de sinais, há dois aspectos fundamentais: (a) o estabelecimento nominal e a pronominalização e (b) a concordância verbal. Os sujeitos e objetos podem ser estabelecidos em um ponto no espaço de sinalização (loc)3 ; quando isso ocorre, há um estabelecimento nominal e a pronominalização. Esse estabelecimento é completamente espacial e é fundamental para a concordância verbal, principalmente com referentes não presentes.
Considerando que o processo de aquisição das línguas de sinais é análogo ao processo de aquisição das línguas faladas, as seções seguintes estão subdivididas nos estágios de aquisição adotados nos estudos sobre a aquisição da linguagem. O estabelecimento nominal, o sistema pronominal e a concordância verbal serão enfatizados tendo em vista que tais tópicos são fundamentais para o estabelecimento de relações gramaticais (espaciais).
fonte: http://www.ines.gov.br/ines_livros/36/36_PRINCIPAL.HTM
Agora vamos ver vídeos de aquisição da Libras por crianças surdas e ouvintes:
Criança ouvinte com pai surdo:
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